sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Des" ou crimininalização da maconha... Do "êxtase" aos efeitos colaterais !

Ocorre anualmente em diversos locais do mundo, um movimento que busca dentre outros a legalização do uso da maconha, conhecido por “Marcha da Maconha”.
É importante ressaltar que essa organização, no Brasil, luta pela mudança das leis relativas ao consumo, plantio e comércio da cannabis sativa, tendo em vista que no país, a atual legislação até o momento, considera a posse de entorpecentes ainda que para uso pessoal, crime previsto pela lei 11.343 de 23 de agosto de 2006 no seu art. 28, mesmo sendo atribuído a este penas não privativas de locomoção.
A ocorrência da manifestação nos estados brasileiros dependeria, a princípio, da devida autorização destes. Nos estados de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, João Pessoa, Salvador e outros, o movimento foi barrado, alegando os respectivos juízes, constituir o mesmo apologia ao consumo da erva, o que também é crime segundo a lei citada.
Além da polêmica que a própria manifestação traz, em maio deste ano, no Rio de Janeiro onde o movimento ocorria, o ministro do meio ambiente, Carlos Minc, “marchou” junto aos membros da organização e declarou à luz do dia, ser a HIPOCRISIA o fator responsável pela “cegueira” que acomete pessoas as quais não enxergam que a “Guerra das drogas” mata trinta vezes mais do que a overdose.
A atitude de Minc foi “condenada” por vários deputados dentre estes, Paes de Lira membro do PTC paulista, o qual diz que “ ao participar daquele deboche com pessoas chapadas gritando maconha, maconha, sou maconheiro e etc” (Foi como o dito deputado se pronunciou), o ministro estaria concedendo o seu prestígio público aos objetivos do movimento.
Sinceramente, não sei se o termo “CHAPADO” caberia aos integrantes do movimento, até porque não compareci a ele. Mas o mesmo pode ser, literalmente, muito bem empregado e pertinente (Se me permite o uso da palavra comumente utilizada em seus discursos, o deputado Paes de Lira) se associado aqueles que designados para o exercício de tantas outras importantes funções, atribua tamanho empenho, se prenda tanto a “uma única” questão que quando comparada às milhares e cruciais existentes, se torna um grão de areia no Saara.
Cruciais sim ! Cruciais porque a cada dia se sabe menos por quantas provas terão nossas esperanças que passar, quanto aos já quase que utópicos ideais de dignidade, liberdade, ética e principalmente justiça.
Não restam dúvidas de que a maconha como algo proibido contribui para o aumento no número de traficantes, saciando os interesses destes. Não restam dúvidas também, de que da forma em que está prevista na lei, além de contribuir para a existência do tráfico, vitimiza muito mais, já que está associada a necessidade da relação direta com o sujeito e o local do crime. A dúvida indissociável, o que de fato PREOCUPA, é que mesmo assim se insiste pela posição atual.

Sabe-se que o crime está aumentando devido a isso, que pessoas estão morrendo em vão e mesmo assim se decide pelo crime. Em outras palavras, é a “ estupidez dos maus brasileiros quebrando no nosso nariz !”
É difícil pensarmos em um país que se declara internacionalmente Estado Democrático de Direito e ao mesmo tempo, contraria o princípio constitucional ao tentar pôr fim a voz de manifestações tão importantes á parte democrática na expressão.
Agora é possível entender o sentido da hipocrisia atribuído por Minc. Contudo, não se devem cessar as fontes de nossa esperança, haja visto que nem tudo começa bem e que os erros, já que existem, devem ser usados no sentido construtivo de algo melhor.

Estamos caminhando .. E talvez, ou melhor, CERTAMENTE, um dia, através do respeito à cidadania, ás diversidades, aos Direitos Humanos e a tão sonhada Justiça, tendo então de fato seus ideais satisfeitos, o verdadeiro Estado Democrático de Direito se faça valer. De fato como foi dito certa vez, não se pode mudar o começo, mas, se a gente quiser, dá sim para mudar o final !

Um comentário:

  1. Muito legal seu post Gabi. Também não sou a favor de que proíbam manifestações em favor da maconha pois considero essa atitude um ataque a liberdade de expressão. No entanto acredito que a liberação da maconha é um tema que ainda deverá ser analisado com mais seriedade antes que uma decisão legal seja tomada.

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